quarta-feira, 18 de março de 2009

Cinco minutos de vida.

Preciso me apressar e conhecer o mundo em apenas cinco minutos que me restam. Preciso caminhar em direção ao horizonte, conhecer o inimaginável, pois já não me resta muito a dispersar.
Queria continuar a ver as tarde avermelhadas, assim como as quais já presenciei, as quais antigamente não tinha tanto interesse, mas agora, daria tudo para que pudesse mais 5 minutos espreitá-las.
Quero viver intensamente esse tempo, para não me arrepender depois. Já foram dias após dias em vão, horas e horas perdidas, esperando por nada. Momentos, onde eu me perdia nos olhos de meninos e meninas que fingiam não me ver. Perdi tempo a desvendar labirintos já desvendados. Perdi-me no tempo, me perdi em teus lábios que nunca vieram me beijar, me perdi em teus olhos que nunca vieram me reparar.
Observei-te durante uma vida toda e é agora, olhando de relance que posso perceber que mais perdida que eu só existe você.

Os dias são longos, mas os anos são curtos.

O tédio faz com que tudo fique lento e sem graça. Apático e mortal.
Queria eu poder dizer que não sofro de tédio e que a cada filme que vejo e a cada livro que leio, renovo minha vida.
Caminho na rua e vejo cada rosto mais perdido que o meu, vejo milhares de sonhos que não se realizam, pensamento vazio.
E assim os dias se tornam mais longos, sem saída ou salvação, mas os anos nunca deixam de passar rápido demais. Envelheço sem perceber e nunca faço tudo que esteve ao alcance. Envelhecer não é apenas ter mais idade e sim deixar tudo para depois, para amanhã ou nunca. Pois é da minha natureza e de todos deixar a vida passar e não fazer nada para que ela possa valer.