segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Será que estou envelhecendo e o mundo nascendo de novo?

Eu já não sei explicar o efeito que cada coisa causa em mim, cada momento, cada sentimento. Já não faço ideia de que palavras escrever ou dizer. Qual gesto fazer.
Já não sei como expressar raiva, ódio, amor ou paixão. Pois me sinto vazia e só, tão próxima de um fim confuso.
Não que seja o fim da minha vida, mas pior, o fim daquilo que mais preso, o meu conhecimento.
As coisas estão passando muito rápido, muito veloz e às vezes mal consigo acompanhar. Venho ficando perdida no tempo, de olhos vendados, de ouvidos surdos e com falta de qualquer senso.
O mundo está mudando, as pessoas estão indo embora, os dias estão ficando cada vez mais curtos e eu continuo sentada no meu jardim escuro.
Às vezes penso em gritar, em correr para algum lugar onde eu ainda saiba algo, mas eu olho em volta e vejo que até o mais distante já mudou.
O que será isso? Será que estou envelhecendo e o mundo nascendo de novo?
Eu sei que as coisas devem mudar, mas eu gostaria que tudo fosse como antes. Queria conhecer as mesmas pessoas de sempre, todos os dias. Queria descobrir o antigo, todos os dias.
Só queria poder ficar acordada mais uma tarde, de preferência uma tarde vermelha de Novembro, onde o sangue desce pelos céus, mas mesmo assim ele continua maravilhoso.
Eu só queria ver novamente os olhos daqueles que me confortaram. Queria apenas que algumas pessoas tivessem pensado antes de qualquer atitude, tivessem conversado.
Mas o que eu mais queria era poder estar aqui, para ver até quando o mundo vai conseguir mudar.
Ainda triste pela morte de um amigo, eu digo... Vá em paz.