terça-feira, 28 de setembro de 2010

Meus poucos anos de vida.


Seria tão bom se você dissesse a verdade, pelo menos uma vez na vida. Seria tão mais fácil se você admitisse que não me quer mais, que não tem mais paciência para me ouvir, para me aguentar e principalmente, para me consolar quando tenho minhas crises.
Caso pudesse pedir, ou melhor, se caso fosse do meu feitio pedir, pediria um pouco mais de paciência, afinal, sou mulher, tenho meus problemas, tenho muito para pensar, muito para fazer e pouquíssimo tempo para fazer tudo isso. É tanto para conquistar, é tanta coisa para desvendar, sendo que nem tenho tanto tempo de vida assim.
Minha face é jovem, meus joelhos gastos, minha pele é nova e meu espírito totalmente cansado.
Já fui muito de companhia, hoje em dia não gosto mais, ou melhor dizendo, aprendi a não gostar muito. Gosto de ficar só, pois percebo o quanto já cresci com tudo que passei, percebo o quanto aprendi nesses poucos anos que tenho e o quanto consigo ser uma boa companhia a mim mesma. Caso fosse ruim ser sozinha, caso matasse, já seria uma fantasma há séculos.
Vivo em total crise, em estado de transição sem fim, onde nada está bom, onde nada me anima e me satisfaz. Juro que por um segundo pensei que poderia achar algo que pudesse preencher um vazio enorme que me habita, mas percebi que esse vazio só existe porque tenho dúvidas de quem sou dúvida que mal sei se vou, um dia, desvendar. Mas, por pior que possa parecer essa transição, ela muito me ajuda, pois me faz crescer, me traz um sustento inigualável. Queria dizer que algumas pessoas me trazem paz, mas seria mentira minha, queria dizer que algumas coisas me trazem alívio imediato, mas novamente seria mentira minha. Nada me completa, nem acaba com minha agonia desse mundo, não vejo nada que possa salvá-lo e torná-lo um lugar melhor para viver. Afirmo, com toda minha certeza, não vejo à hora de sair daqui, de me perder em uma imensidão desconhecida, onde poderei descobrir algo diferente, onde nada é sempre a mesma coisa.
Prefiro o fim, ao ficar sentada esperando o que nunca irá acontecer.

domingo, 26 de setembro de 2010

Rip Out The Wings Of A Butterfly

Arranque As Asas de Uma Borboleta

O Paraíso está em chamas nos nossos olhos
Nós estamos parados no tempo
O sangue em nossas mãos é o vinho
Que oferecemos como sacrifício


Venha e mostre a eles o seu amor
Arranque as asas de uma borboleta
Pela sua alma, meu amor
Arranque as asas de uma borboleta
Pela sua alma


Esse longo percurso de piedade
Nós estamos rastejando lado a lado
Com o inferno congelando sobre nossos olhos
Deuses se ajoelham perante nosso crime


Venha e mostre a eles o seu amor
Arranque as asas de uma borboleta
Pela sua alma, meu amor
Arranque as asas de uma borboleta
Pela sua alma (Arranque as asas de uma borboleta)
Não solte,
Arranque as asas de uma borboleta
Pela sua alma

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Quando o inevitável chegar.



Estou em um momento de angustia total, de medo, de dúvidas e incertezas. Ninguém pode me ajudar, eu sei bem disso, mas esse está sendo o primeiro momento da minha vida que estou com medo de ficar sozinha. Sinto o frio gelar o estômago e correr a espinha; tirar as palavras da minha boca e me secar os lábios; devorar-me o cérebro e me fazer gritar de tanta dor. Estou em um momento completamente perturbador, onde não sai da minha cabeça que se algo se concretizar tudo poderá mudar.
Sinto falta do escuro do meu quarto, que me acompanhava o dia todo, sinto falta do calor da minha sala, que me acompanhava o dia todo, sinto falta da breve luz que entrava pelas frestas das janelas, sinto falta do mundo em que vivia, onde nada me machucava, onde nada me alcançava. Eu via tudo passar, sem medo de me envolver, sem medo de conhecer e gostar, sem medo de me sujar e muito menos de me arrepender. Eu via todos passando, passavam e passavam, na rua deserta, com as luzes tão fracas, passavam e passavam.
Sinto falta do macio da minha cama, que me abraçava o dia todo, sinto falta do meu sofá, que me abraçava o dia todo.
Depois de tanta coisa que não vivi, percebo que não viver faz parte, principalmente em relação a mim, que mal conheci o mundo e já quis mais do que ele queria me oferecer.
Agora sei como seria bem melhor não ter caminhado na rua deserta, seria melhor não ter passado como todos os outros, pois ao fim dela me deparei com algo tão encantador que não resisti, apenas devorei como devoraria um doce, mas me esqueci que doces não me agradam muito.
Sinto falta do passado, me sinto um museu, mas queria expor minhas lembranças e me perguntar onde eu realmente errei.
Sinto falta do abrigo que meu quarto me fazia, do silêncio que ele me envolvia. Eu só queria tudo de volta, minha inocência, minha vontade de sorrir, minha coragem e principalmente meu dom de não ter medo de nada.
Queria voltar a observar as pessoas apenas de longe, na rua deserta, apenas observar cada uma delas passar, passar, passar e passar.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Nada além de alguns anos.

Por que dizer o bom da vida, sendo que o ruim é mais poético? Queria entender porque o pior parece tão mais inspirador do que o melhor. Por que o mal estar nos aproxima das agonias sinceras e porque o bem estar é apenas sensações nem um pouco criativas? Por que as minhas mais doces palavras não chamam atenção, são apenas as agressivas que prendem a atenção? Por que a antipatia lhe cativa, sendo que o amor é o melhor sentimento que já existiu? Por que as pessoas gostam do meu jeito de odiar e de ser indiferente em relação a tudo e todos? Não sei explicar o porquê sou assim e muito mesmo desde quando, prefiro crucificar ao elogiar, prefiro ferir ao ajudar, se eu soubesse dizer o porquê faço isso a mim mesma seria tão mais fácil explicar para quem faz essa pergunta, mas eu não entendo o porquê do coração ser tão frio e tão ruim.
Poderia dizer que as pessoas fizeram isso comigo, convivência com pessoas ruins, mas é mentira, pois convivo hoje em dia com pessoas opostas e mesmo assim continuo desse jeito.
Poderia tentar um novo lugar, tentar encontrar respostas, mas seria do mesmo jeito. Estou tentando criar um ponto, uma boa lembrança para me ancorar nela, para me resgatar em momentos ruins, pensar que o problema pode ter fim. Mas não consigo de jeito nenhum encontrar essa ancora que me prenderá quando eu tiver prestes a salta desse abismo enorme que está se formando a minha volta.
Queria adormecer para sempre, não sentir o fim chegando, esquecer dos rostos tristes que causei. Queria fantasiar um futuro, esquecer o quanto ele é perigoso e vago.
Queria viver em um sonho, surreal, tão fora da realidade cruel da vida.
Mas a minha vontade maior é chegar a uma decisão, é pelo menos saber qual o real caminho a seguir, não importa onde ele dará, mas pelo menos saber qual deles escolher. Se a dúvida matasse, eu já estaria morta há anos, nem o pó restaria nos dias de hoje.
Ando confusa, uma confusão que ando não suportando, uma dúvida que me aflige o peito e me corrói a mente, me causando dores inexplicáveis, nada físico e sim mental.
Sou fraca, eu assumo que sou totalmente fraca, não agüento por muito mais tempo, o que me falta até o momento é criatividade de saber como devo fazer para me livrar de tudo isso...