quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Felicidade legítima e pura.

Sabe quando tudo parece ser inspiração? Quando tudo fica com uma cor mais bonita, mais viva? Quando você consegue acordar de bom humor uma semana inteirinha?
Pensei que nada disso fosse possível na vida que eu levava, pra mim, tudo era sempre muito cinza, sem graça, os dias de sol me deixavam triste e os chuvosos só era mais um pretexto pra chorar. Era tudo muito sem pé nem cabeça, confuso. Os dias eram intermináveis, eu encarava o relógio, como se ele tivesse alguma culpa do meu tédio, eu queria arrancar seus ponteiros, para que eles parassem de marcar os instantes, pois quanto mais eles marcavam, mais eu me desesperava.
Todas as músicas pareciam ter o mesmo ritmo, a mesma batida lenta e entediante. Todos os filmes pareciam falar de amor, até mesmo os de ação, os de guerra, os de terror, todos tinham o mesmo final, que sempre me deixava em prantos.
O que era engraçado, continuava engraçado para os outros, mas pra mim, nem preciso dizer. Sorrir?
Minha vida era um grande drama, escrito e dirigido por mim e assistido pelos outros. Era daquele tipo de drama onde só retratava solidão, tristeza, tédio e principalmente motivos inexistentes.
Eu tinha dentro de mim, alguém que gritava para sair e sorrir, alguém que eu havia prendido, pelo simples fato de prender. Deixei remoendo dentro do peito uma sensação de felicidade enorme, que bastava qualquer coisa para que ela revivesse.
E se eu lhes contar que achei um motivo para puxá-la do fundo para a superfície?
Mas eu ainda me pergunto se eu realmente posso me ancorar sobre um alicerce tão desconhecido, mas logo respondo, se eu não tentar, do que adianta estar viva. Se um dia eu mergulhei na tristeza, porque não mergulhar agora na felicidade legítima e pura?!


"Sou cada vez mais sua, sussurrando eu confesso minha condição, graças aos céus te encontrei amor, companhia ideal pro inverno e pro calor." ;D